DO PAPO de GORDO

 

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Quem está acima do peso pode viver mais

Lucio Luiz
@lucioluiz

 

                                                                  Quem está acima do peso pode viver mais  

 

 

Se você acredita que tem que ficar magro para ser saudávelmelhor rever seus conceitos. Um estudo apresentado no periódico The Journal of the American Medical Association, indica que pessoas com sobrepeso (IMC entre 25 e 30) vivem mais do que as que têm peso normal.

Os pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (órgão de saúde dos Estados Unidos) revisaram 97 estudos sobre a relação entre o IMC e a mortalidade, tendo uma amostragem de cerca de 2,8 milhões de pessoas do mundo inteiro. Segundo a análise, as pessoas com sobrepeso têm 6% menos risco de morte quando comparadas com pessoas de peso normal ou obesidade grau 1. Quando a comparação é com a obesidade grau 2 ou 3, a diferença salta para 29%.

Por sinal, um detalhe desses dados é interessante: quem tem obesidade grau 1 (IMC entre 30 e 35) possui o mesmo risco de de morte do que as pessoas de peso normal. A coisa só fica feia mesmo para quem está com IMC acima de 35.

Vale registrar que esses dados foram analisados com base única e exclusivamente no IMC dos pacientes. Outros fatores, como hipertensão e diabetes, não foram levados em conta nessa comparação. Ainda assim, é mais um forte indicativo de que estar um pouco acima do peso, por si só, não é necessariamente um problema.

 

MESMO   ASSIM   VAMOS FAZER NOSSOS  EXAMES ...

AnaMedeiros

 



 

OBESIDADE: MITOS E FATOS

DR DRAUZIO VARELA

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Receitas e dietas para emagrecer são como o capim; estão em toda parte. Talvez não exista campo da medicina com tantos mitos e pressuposições divulgadas pelos meios de comunicação, sem evidências científicas que lhes deem suporte.

New England Journal of Medicine publicou uma revisão, na qual foram avaliadas as informações sobre obesidade transmitidas pela internet, imprensa escrita e literatura científica.

O estudo identificou sete mitos divulgados como verdades científicas:

1 – Pequenas reduções do aporte calórico diário ou pequenos aumentos do gasto energético provocam emagrecimento significativo mantido por períodos longos.

A sugestão de que devemos esperar grandes reduções de peso em resposta a pequenas mudanças no estilo de vida, deriva da regra das 3.500 kcal (calorias, popularmente) estabelecida há meio século, segundo a qual cada redução dessa quantidade de calorias na dieta faz perder 450 gramas de peso corpóreo.

Levantamentos recentes mostram que existe grande variabilidade individual nessa perda, porque, quando o peso cai, as necessidades energéticas básicas do organismo diminuem. Em outras palavras, quando a pessoa emagrece a energia que o corpo precisa para funcionar em repouso também diminui. Essa relação explica por que as dietas funcionam bem no início, mas vão perdendo a eficácia à medida que o peso diminui.

2 – Estabelecer alvos modestos, mais realistas, funcionam melhor do que pretensões de perder muitos quilos.

Embora evitar a frustração por haver fracassado em atingir metas de emagrecimento mais ambiciosas tenha certa lógica, as evidências científicas apontam na direção oposta: programas que propõem perdas substanciais apresentam resultados melhores.

3 – Emagrecimento rápido e acentuado está mais associado ao efeito sanfona do que o lento e gradual.

Nos estudos clínicos, o emagrecimento rápido tem sido associado à manutenção do peso mais baixo por tempo mais prolongado.

Embora não esteja claro por que algumas pessoas obesas têm uma perda inicial mais rápida do que outras, recomendar pequenas reduções mais lentas pode comprometer o sucesso do tratamento.

4 – Nos programas de emagrecimento, é importante que um profissional avalie periodicamente a dieta ingerida.

Cinco estudos envolvendo 3.910 pessoas submetidas à reeducação alimentar que tiveram suas dietas avaliadas em intervalos regulares, não mostraram benefícios desse cuidado. Quem entra voluntariamente num programa para perder peso, de modo geral está minimamente disposto a mudar a dieta.

5 – Aulas de educação física nas escolas contribuem para combater a obesidade infantil

As aulas convencionais não produzem gasto energético suficiente e continuado para evitar a obesidade.

6 – A amamentação protege contra a obesidade

Um estudo conduzido com 13 mil crianças acompanhadas por mais de seis anos, não encontrou evidências de que crianças amamentadas no seio materno engordem menos.

7 – A atividade sexual queima até 300 calorias.

Nas fases de excitação e orgasmo um homem de 70 kg queima cerca de 3,5 calorias por minuto. Como a média de duração de uma relação sexual é de 6 minutos, o total consumido seria de 21 calorias. Se estivesse no sofá assistindo à televisão, nesse período ele teria gasto sete calorias.

Agora, vamos aos fatos:

1 – Embora fatores genéticos tenham papel importante na obesidade, hereditariedade não é destino.

2 — Mudanças no estilo de vida são mais eficazes do que os remédios para emagrecer.

3 – Dietas ajudam a perder peso, mas não é fácil mantê-las por longos períodos.

4 – Independentemente do emagrecimento, qualquer aumento da atividade física faz bem para o organismo.

5 – Manter no dia a dia as mesmas condições que provocaram perda de peso colabora para a manutenção da perda.

6 – Crianças obesas se beneficiam de programas que envolvem a família inteira.

7 – A substituição de refeições por produtos dietéticos com baixo teor calórico colabora para a perda de peso.

8 – Alguns medicamentos ajudam a perder peso e a mantê-lo mais baixo, mas apenas enquanto estão sendo utilizados.

9 – – Em casos selecionados, a cirurgia bariátrica provoca emagrecimento duradouro, reduz a incidência de diabetes e a mortalidade.